sexta-feira, fevereiro 23, 2007

SUFOCO

Sufocas-me quando pintas de negro o azul do céu

quando fazes os meus dias escuros como breu

quando semeias ventos e tempestades no campo que arei com tanto suor

e não te importas com isso.


Sufocas-me quando insistes na indiferença

não querendo fazer parte de uma vida que te pertence

renegando-me a uma solidão que não quero

e não te importas com isso.


Sufocas-me por não me dizeres que não me queres dizer nada

que não passo de uma página amarrotada a um canto da memória

que tens por mim uma raiva que não entendes

e nem sequer te importas em entender.


Sufoco

e tu não te importas.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,

E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.

Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,

E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.

Amar é pensar.

E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.

Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.

Tenho uma grande distracção animada.

Quando desejo encontrá-la

Quase que prefiro não a encontrar,

Para não ter que a deixar depois.

Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só Pensar nela.

Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.


Alberto Caeiro

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

NÃO QUERER, QUERENDO

Tinha tudo preparado. Velas acesas por toda a casa, uma banheira cheia de água quente salpicada com pétalas de tulipas negras. Champanhe italiano no frigorífico. Morangos lavados e prontos a comer. Um som erótico compunha tudo isso. Só faltava mesmo chegar ela, a pessoa a quem se devia todo este cenário. Nem sabia se viria. Tinha-lhe dito que lhe queria oferecer uns CD's que gravara a pensar nela, mas não tinha a certeza que viesse.

Encostou-se à janela, olhando o horizonte. O pôr-do-sol aguçou-lhe a imaginação, interrompida com o toque da campainha. Era ela. Mandou-a entrar.

Estás à espera de alguém?

De ti, respondeu.

Sim, por causa dos CD’s, mas deves estar à espera de alguém, a julgar pelo cenário.

Fi-lo para ti. É de ti que tenho estado à espera.

Ouve, não quero magoar-te, mas não quero ter nada a ver contigo. Já te tinha dito isso.

Eu sei que já tinhas dito, não consigo esquecer as tuas palavras. Resta saber os motivos.

Apenas não quero envolver-me contigo.

Tens a certeza?

Absoluta.

Então porque não me consegues dizê-lo olhando-me nos olhos?

É melhor parar por aqui a conversa.

Tens razão, disse, agarrando-lhe a mão. Anda lá buscar os CD’s. Não sei se gostas, mas a selecção que fiz foi a pensar em ti. Queres ouvi-los, ou tens alguma coisa para fazer?

Nem por isso. Hoje é um dia calmo, não me apetece sair.

Pôs o CD que já estava a tocar na primeira música.

É Madonna, gostas?

Adoro, é das minhas cantoras preferidas.

Por que não te sentas e aprecias a letra, enquanto vou buscar alguma coisa para beber.

OK.

Sentou-se e fechou os olhos. Abriu-os porque sentiu uns lábios perto dos seus.

Nem penses…

Relaxa, pediu-lhe, deixa-me amar-te.

Acabou por desistir de lutar contra uma vontade que sabia ter.

Levou-a para a casa de banho, despiu-a, meteu-a na banheira e começou a dar-lhe banho, ao ritmo sedutor do Lullaby dos Cure. De vez em quando dava-lhe champanhe a beber, deixando cair algumas gotas para aquele corpo que ansiava há tanto tempo, que ia lambendo. Beijava-a por todo o lado, pedindo-lhe silêncio. Tirou-a da banheira e levou-a para o chão da sala, deitando-a por cima do tapete preto que tinha comprado fazia uma semana, bem em frente à lareira. Começou a massajá-la, com um óleo de amêndoas ao som de James Brown. Finda a massagem, pediu-lhe para se sentar em posição de lótus, bem juntinha ao seu corpo, levemente destapado, contrastando com a sua nudez.

Não te despes?

Não. Hoje quero dar-te prazer. Só tu és importante.

Começou a beijá-la. Primeiro nos olhos, depois nos ouvidos, na cara, no queixo. De vez encostava os lábios aos dela, mas fugia em seguida, beijando-lhe os mamilos, o ventre. Voltava aos olhos, aos ouvidos, à cara, ao queixo. Encostava os lábios aos dela, por pouco tempo, passando aos mamilos, ao ventre. Deitou-a e começou a beijar-lhe as coxas, o Monte de Vénus, as pernas, os pés. Pediu que se virasse de costas. Mais uma vez, beijou e lambeu-a por todo o lado.

Estás a deixar-me completamente louca, confessou.

Eu sei. Podes vestir-te.

Como?

Continuamos amanhã, ou talvez nunca mais. Fica à tua consideração. Vou buscar-te os CD’s.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

ESTA MÚSICA DEIXA-ME....

Justify My Love, by Madonna

I wanna kiss you in Paris

I wanna hold your hand in Rome

I wanna run naked in a rainstorm

Make love in a train cross-country

You put this in me

So now what, so now what?


Wanting, needing, waiting

For you to justify my love

Hoping, praying

For you to justify my love


I want to know you

Not like that

I don't wanna be your mother

I don't wanna be your sister either

I just wanna be your lover

I wanna be your baby

Kiss me, that's right, kiss me


Wanting, needing, waiting

For you to justify my love

Yearning, burning

For you to justify my love


What are you gonna do?

What are you gonna do?

Talk to me - tell me your dreams

Am I in them?

Tell me your fears

Are you scared?

Tell me your stories

I'm not afraid of who you are

We can fly!


Poor is the man

Whose pleasures depend

On the permission of another

Love me, that's right, love me

I wanna be your baby


Wanting, needing, waiting

For you to justify my love

I'm Hoping and reeding

For you to justify my love


I'm open and ready

For you to justify my love

To justify my love

Wanting, to justify

Waiting, to justify my love

Praying, to justify

To justify my love

I'm open, to justify my love

COMENTEM-ME, CHIÇA

Isto de ninguém comentar os meus posts é lixado. Será que ninguém me lê? Vá lá pessoal, não custa nada, toca a comentar. Tá bem, eu aceito críticas, sugestões, qualquer coisa...mas digam de vossa justiça o que quer que seja. Vejamos, hummm, já sei...vocês querem é contos eróticos, não é?