segunda-feira, abril 17, 2006

POEMA DO DESAMOR


Não são os teus olhos que os meus procuram
É a tua alma, a tua essência nua e crua
Não são os teus lábios que os meus procuram
São as palavras que gostaria de te ouvir dizer,

em cada beijo

Não são as tuas mãos que as minhas procuram
É o carinho que imagino dares-me cada vez que me tocas
Não é o teu sexo que o meu procura
É o prazer de te ver ter prazer

És tu que procuro sempre que busco
Mas não tens sido o que procuro

Os teus lábios selam-se
quando queres dizer-me que gostas de mim
Utilizas as mãos para tapar os olhos
e clamas ao teu sexo para não pedir o meu

Diz-me porque tens medo de viver...

quarta-feira, abril 05, 2006

NOITE INESQUECÍVEL


Esperou pelo final do espectáculo para lhe dar os parabéns. Não conseguiu penetrar na multidão de fãs que aguardavam pelo mesmo. Foi para casa completamente absorta em pensamentos pecaminosos. Não conseguia esquecer a amiga bailarina. Não conseguia perceber o porquê de tal excitação. O porquê de não conseguir esquecer o seu corpo, a sua sensualidade, a sua vagina depilada. Muito menos compreendia o terrível desejo de tê-la naquela noite. Já lhe tinha conhecido o sabor, mas pouco ou nada pensava nela nesses termos. O espectáculo de striptease despertou-lhe a libido de um modo que não se recordava alguma vez lhe ter acontecido. Quando chegou a casa ligou-lhe para o telemóvel e convidou-a para beber um copo um dia destes.
Carla aceitou de imediato, ou não se lembrasse ela da última noite que passaram as duas. Sobretudo a boca de Joana, um milagre de prazer. Pode ser esta noite?, perguntou. Claro que pode, estou à tua espera, respondeu.
Joana mal queria acreditar que aquele pedaço de mau caminho tivesse aceite o convite.
Tomou um banho demorado. Perfumou-se. Vestiu a melhor lingerie. Lavou uns morangos e pôs duas garrafas de champanhe francês que lhe haviam oferecido uns primos emigrantes no frigorífico. Escolheu música erótica, pôs o CD na aparelhagem e aguardou a chegada de Carla na varanda, olhando o céu incrivelmente estrelado.
O toque da campainha trouxe-a à realidade. Era ela. Cumprimentou-a com um suave beijo na face, pegou-lhe na mão e levou-a para a varanda. Pediu-lhe para se pôr à-vontade, enquanto ia buscar uma bebida. Pôs o CD a tocar.
Espero que gostes de champanhe – sussurrou-lhe ao ouvido. Serviu os dois copos e sentou-se ao lado dela. Adorei o teu striptease, és uma mulher muito sensual.
A sério? Queres que me dispa para ti? Joana quase se engasgou com a pergunta, mas respondeu com toda a convicção: é o que mais quero neste momento.
Carla começou a dançar, suave e sensualmente. Foi tirando a roupa, espalhando-o por toda a sala. Ficou apenas em lingerie. Encostou-se a uma parede, de costas para ela. Debruçou-se levemente. Abanou muito lentamente as ancas, percorreu o corpo com as mãos. Virou-se de frente, já sem soutien. Aproximou-se dela, pegou no copo e derramou o champanhe sobre o corpo. Lambe, pediu-lhe. Joana pousou o copo e obedeceu. Lambeu-lhe os seios, o ventre, levou-lhe a língua aos lábios, penetrou-lhe a boca e pediu-lhe que não saísse dali. Foi buscar os morangos, trouxe os dois copos cheios de champanhe e molhou-os. Fê-los trincar, comendo de seguida o que sobrou.
Regou-a mais uma vez de champanhe, tirou-lhe as cuecas com os dentes e deixou que o líquido fosse ao encontro daquela vagina que ansiava desde o princípio da noite.
Agora é a minha vez, ordenou Carla. Despe-te para mim e deixa-me recompensar-te.
Beberam as duas garrafas de champanhe no corpo uma da outra. Comeram a meias os morangos e gozaram quase em simultâneo.
Terminaram a noite abraçadas na varanda a ver o céu que continuava incrivelmente estrelado, agradecendo uma à outra uma noite difícil de esquecer.