quarta-feira, junho 25, 2008

TRAIÇÃO VIRTUAL


Há muitos que aqueles olhares a incomodavam. Era como se a despissem por completo. Sentia-se frágil, mas extremamente excitada. Todas as noites sonhava em beijar aqueles lábios que tanto a tentavam. Apalpar aquele peito másculo de miúdo na flor da idade. As coxas que imaginava por debaixo das calças exemplarmente passadas. Sabia que era impossível. Era comprometida. Adorava o companheiro. Mas a ideia que traição tanto a fazia sentir-se culpada como a deixava num estado de ansiedade que há muito não sentia. Tentava abstrair-se daquela vontade louca de fazer amor com o colega de trabalho. O que se tornava cada vez mais difícil. Todos os dias era uma batalha que sabia não poder vencer. Restava-lhe sonhar com aquele desejo cada vez mais intenso.

Era isso mesmo que iria fazer. Sonhar com o colega de trabalho e dar asas aos seus desejos mais íntimos. Deixou o companheiro deitar-se, com a desculpa que precisava terminar um trabalho.

Esticou-se no sofá e fechou os olhos.

Entrou dentro do elevador à pressa, pois estava atrasada – mais uma vez - para o trabalho. Deu de caras com o colega de trabalho. O seu perfume deixou-a sem reacção.

Tens a blusa desapertada, sussurrou-lhe ao ouvido.

Obrigado, agradeceu meia sem jeito.

Obrigado eu pela visão que me proporcionastes. Deves ter a pele macia como seda.

Então, pronto para mais um dia de trabalho?, desviou a conversa com medo do que poderia acontecer se a deixasse fluir.

Ele sorriu, maliciosamente. Que sorriso delicioso, pensou ela.

Durante toda a manhã aquelas palavras ecoaram na sua cabeça. Tinha que o ter, independentemente das consequências. Enviou-me uma mensagem para o telemóvel convidando-o para um café.

Ele aceitou de imediato.

O coração dela disparou. Não havia volta a dar. Seria hoje.

Entraram no elevador. O silêncio era constrangedor. Ele carregou no botão do último andar. Subiram sem dizer uma palavra. Quero-te, sussurrou-lhe ao ouvido. Eu sei, respondeu.

Não teve tempo para dizer mais nada. Ele beijou-a como se não houvesse amanhã. Subiu-lhe a saia e começou a lamber as suas coxas, enquanto lhe apalpava os seios. Teve para o mandar parar, mas não conseguiu. Era mais forte que ela. Queria-o mais que nunca dentro dela, o que não demorou a acontecer. Fizeram amor enquanto o elevador subia e descia, sem parar.

Despediu-se dela com um beijo de até amanhã.

Vens para a cama, perguntou o companheiro? Deves estar a ficar doente, estás toda suada.

Pois...atrapalhou-se ela, devo estar mesmo a ficar doente. Mas isto vai passar.

Espero que sim, disse o companheiro, dando-lhe um beijo na testa. Espero mesmo que sim.


2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Estive a ler (mais uma vez!!) e não podia estar mais real...conheces-me bem...adorei! Beijo

segunda-feira, julho 14, 2008 6:30:00 da tarde  
Anonymous TCHÊ GAÚCHO said...

Adoravel, excelente parabéns continues assim... bjs

segunda-feira, agosto 09, 2010 5:31:00 da tarde  

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