terça-feira, janeiro 23, 2007

CONSIDERAÇÕES, DIGAMOS, VÁ LÁ, PARVAS, SOBRE O "FUNDO DA RUA"

Decerto já terão reparado que nas letras das músicas, vá lá, de cariz romântico, há sempre um fundo da rua. Cabe-vos a vós, amigos virtuais, descobrir exemplos. Nós daremos apenas um: Xutos e Pontapés – Circo de Feras. Diz então a letra que “enquanto esperava ao fundo da rua/pensava em ti e em que sorte era a tua/quero-te tanto”. A grande dúvida que nos assiste é mesmo: porquê o fundo da rua e não o cimo da rua? Será o cimo da rua menos digno do ponto de vista amoroso? Não nos parece. O que conta é a intenção. Por falar em intenção, já repararam na carga negativa que emana de uma frase tipo: vou-te esperar ao fundo da rua. O que vos parece? Que ides levar porrada, pois decerto que sim. Mas se for mais do tipo: Ó coisa linda, espero-te ali ao fundo da rua. Que vos parece? Que a dita cuja vai levar qualquer outra coisa que não porrada. Pode ser que, digamos, leve um tau-tauzinho, mas, neste caso, a não ser que o macho em questão seja da época das cavernas, é bem capaz da coisa ser menos violenta.
Agora, que quereriam dizer os Xutos e Pontapés com o fundo da rua? Será que a pessoa a quem eles querem tanto, teve sorte e livrou-se de levar uma carga de porrada, ou que a mesma nesse dia teve a sorte de não passar no fundo da rua caso contrário estava, como dizer, tramada do ponto de vista sexual, se é que nos fazemos entender? Pois, não sabemos.
Pode ainda haver outra explicação: a dita cuja, a pessoa a quem eles querem tanto, estar comprometida afectivamente com os fulanos, ou, no caso, com o fulano que escreveu a letra, e meteu-lhe os cornos.
Seja como for, foi no fundo da rua que pensaram como lhe querem tanto. Então e se fosse ao cimo da rua? Querer-lhe-iam menos por isso?
Já agora, vale a pena pensar nisto, como dizem os, digamos, colaboradores da RFM.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu por mim acho que tem a ver com a disponibilidade de sacrificio amoroso, do género "espero-te ali ao fundo da rua porque esperar-te ao cimo cheira-me a subida e isso é uma trabalheira do caraças...por isso quero-te tanto mas só se for ao fundo da rua que é a descer e dá mais jeito, senão vens cá tu que a distância é a mesma e não és assim tão boazuda como pensas..." que isto do romântismo acabou já na época do Gil Vicente!

Acho eu...

sexta-feira, agosto 31, 2007 3:10:00 da tarde  

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