quinta-feira, agosto 24, 2006

SABOROSA LIÇÃO


Convidou-o a encontrar-se com ela num local nocturno do qual nunca tinha ouvido falar. Foi complicado dar com a discoteca, perdida num beco escuro, de aspecto bastante duvidoso e povoado de gente que parecia vinda de outro planeta. Nunca tinha visto tanta concentração de cabedal, piercings na língua, tatuagens enormes e manifestações sexuais tão explícitas como aquelas a que assistiu nos minutos em que se perguntou se seria boa ideia entrar. Sabia, no fundo, que se o fizesse dificilmente seria o mesmo depois disso. Mas o desejo por aquela mulher de quem quase nada sabia falava mais alto.Tinha-o convidado numa paragem de autocarro, depois de trocarem uns olhares que não lhe saiam da cabeça. Quem seria aquela mulher tão desejável?Não sabia, mas queria saber. Era o que mais queria naquele momento.Entrou. O cenário não era muito diferente daquele que encontrou no exterior. Percorreu todo o espaço, buscando desenfreadamente o rosto que lhe povoava a memória não sabia há já quantos dias. Quase uma hora depois desistiu de procurar. Talvez fosse uma brincadeira de mau gosto a que lhe pregou a mulher da paragem do autocarro.Estava quase a atingir a porta de saída quando sentiu uma boca no ouvido a sussurrar-lhe: «Segue-me». Virou-se para trás e deparou com uma mulher vestida de cabedal, com uma máscara nos olhos. Lembrou-se imediatamente da CatWoman e de como tinha desejado entrar no ecrã do cinema quando viu o filme. Mas seria mesmo a mulher da paragem do autocarro? Não tinha a certeza. Ainda assim, seguiu-a, percorrendo-lhe todo o corpo com um olhar faminto.De repente puxou-a para si e perguntou-lhe: «Quem és tu?». «Aquela que te tem roubado todos os sonhos», respondeu, mais uma vez de forma bastante sensual. Era ela, tinha a certeza.Pararam em frente a uma porta. Ela pediu-lhe se lhe podia vendar os olhos. Ele acedeu de imediato. Ao entrar denotou a presença de mais alguém. Quis tirar a venda, mas não teve tempo sequer de levar as mãos à cara: tinham-no amarrado. Estava mais excitado que nunca, mesmo não tendo a certeza sobre a identidade da terceira pessoa. Seria homem ou mulher? A primeira hipótese não lhe agradava tanto como a segunda, mas não a colocou de parte. Faria o que fosse preciso para ter aquela mulher.A resposta não surgiu a tardar: era outra mulher. Sentia-se quase a rebentar, mas prometeu-se não atingir o clímax antes da misteriosa mulher que o tinha colocado nesta situação. As duas começaram a despi-lo, a tocar-lhe, a chupar-lhe os mamilos, a lamber os peitorais, as orelhas, as coxas. De vez em quando beijavam-no. Sentia que elas se divertiam uma com a outra, quando o largavam por breves instantes. De repente sentiu os mesmos lábios a sussurrar-lhe: «Adeus». Momentos depois deixou de saber quantas mãos o acariciavam, quantas bocas o beijavam e lhe abocanhavam o sexo, mas apenas uma questão lhe pairava na cabeça: «Será que ela se foi mesmo embora?».A sessão de sexo terá durado horas. Estava exausto.Pegaram nele ao colo, puseram-no dentro de um carro, andaram horas às voltas com ele, por fim atiraram-no para as escadas do prédio, desamarrado mas ainda com a venda nos olhos. Não conseguiu ver quem o fez. No bolso do casaco havia um papel, escrito a vermelho, que dizia: «Nem sabes o que perdestes...». «Madalena?», questionou-se. «Acho melhor não me esquecer de nenhum encontro amoroso daqui para a frente», disse sorrindo pela saborosa lição.

quarta-feira, agosto 02, 2006

POEMA DO DESAMOR 2


O meu corpo fraqueja sempre que te vê
Lateja-me o sexo de tanto desejo
Os mamilos enrijecem como se fossem estátuas de pedra

Humedeço os lábios procurando com a língua o teu possível sabor
Imagino-te de tantas maneiras que já lhe perdi o conto
E conto nunca perder de te imaginar de maneira sempre diferente
Humedecendo a cada vez os lábios para te procurar o sabor

Ai se tu soubesses como eu te desejo…
Como o meu sexo lateja e os mamilos enrijecem sempre que te vejo
Como povoas os meus sonhos
Como me fazes tremer sempre que me tocas durante a noite
Não noto a tua ausência porque te tenho na pele

E isso ninguém me pode proibi-lo
Nem tu